Liberdade
Liberdade é uma palavra que de tão utilizada
incorpora sentidos diversos que podem diminuir a importância e a beleza do
conceito.
O conceito quase sempre é reduzido a
apenas uma dimensão mais imediata e óbvia; em alguns casos essa primeira
dimensão é relacionada a algo aparentemente paradoxal. Um conceito só pode
ser pleno se compreendido no todo e a partir daí posto em prática ciente,
segunda dimensão. Já a magnificência do conceito se encontra naquilo que o
completa, sua terceira dimensão, que é sua consequência, seu resultado, sua
profundidade.
A verdade nos é exposta através do
contraste que reverbera – assim como um morcego – pois somente percebemos
partes da realidade que é mal ilustrada pelos sentidos que tateiam na imensidão
do grande salão chamado sabedoria.
Liberdade em sua primeira dimensão é
normalmente relacionada a autonomia, independência, soberania; em resumo,
liberdade seria a capacidade individual de tomar as próprias decisões. O
paradoxo é evidente ao se balizar a capacidade de autodeterminação a limites
naturais e/ou a invasão da liberdade de outrem.
A segunda dimensão se dá na
consciência do que se assume, da ação que se pratica. A consciência confere à
ação praticada/escolhida uma liberdade real e não simplesmente instintiva. A
consciência é o que torna a liberdade perceptível, formalizada, substancial.
A terceira dimensão da liberdade é a
responsabilidade. É a responsabilidade que confere nobreza à liberdade, é o que
a torna bela e moral, magnífica!, porque fecha o círculo perfeito da ação
lançada.
Sem consciência a liberdade é só um
ato animal e irracional. Sem responsabilidade a liberdade se degenera em
libertinagem tóxica que busca ocultar na escuridão da verdade não revelada as
consequências de seus atos.
R. B. Figueiredo
Nenhum comentário:
Postar um comentário