Breve reflexão sobre a perseguição
socialista à Igreja Católica
Os socialistas têm razão em colocar “na
mira” de sua ‘causa’ a Igreja Católica e seus valores através do Marxismo
Cultural. Afinal, em praticamente todas as searas do conhecimento a tradição
católica traz com muito realismo percepções justas que demonstram o quanto é
equivocada e injusta a ‘ideologia’ socialista. Utilizam de meios sórdidos e
espúrios para inserir no inconsciente coletivo inverdades sádicas com a
finalidade de orientar a sociedade à negação do catolicismo e da cultura
judaico-cristã, infelizmente, até mesmo no próprio meio católico de forma disfarçada.
Não é loucura o pensamento de Gramsci:
“O mundo civilizado tem sido saturado com cristianismo por 2000 anos, e um
regime fundado em crenças e valores judaico-cristãos não pode ser derrubado até
que as raízes sejam cortadas.”, é apenas a constatação de que pra implantação
do comunismo é preciso destruir os valores judaico-cristãos. E como se dará
isso? De modo lento, mutante, camaleão e através de instalações de pequenas
inverdades, até se tornar verdade. Como nos demonstra o exemplo e a frase de Joseph
Goebbels: “Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”.
Para dar exemplo dessa necessidade
posto o link deste artigo sobre economia que demonstra seus princípios ligados
diretamente aos escolásticos do século de ouro espanhol: "As raízes escolásticas da Escola Austríaca e o
problema com Adam Smith" “[...]as raízes da concepção
dinâmica e subjetivista da economia eram de origem continental e de que,
portanto, deveriam ser procuradas na Europa mediterrânica e na tradição grega,
romana e tomista, mais do que na tradição dos filósofos escoceses do século
XVIII. [...]Quem foram estes precursores intelectuais da moderna Escola
Austríaca de Economia? A maioria deles foram dominicanos e jesuítas,
professores de moral e teologia em universidades que, como a de Salamanca e a
de Coimbra, constituíram os focos mais importantes do pensamento durante o
Século de Ouro espanhol”.
As grandes contribuições da Igreja para
a sociedade em prol da vivência social do evangelho são negligenciadas e
voluntariamente não citadas pelo sistema educacional a ponto de fazer uma
caricatura da Igreja que convence a muitos, a caricatura de inimiga da ciência,
da razão, de uma sociedade livre e justa.
Por exemplo: hoje no trabalho um colega
me viu ler um livro sobre a história da Igreja e disse: “Não fica lendo muito
sobre a história da Igreja, senão você deixará de ser católico.” E o outro
emendou: “Sou católico, mas essas coisas da Igreja.” Minha resposta foi
imediata: “Pelo contrário! Quanto mais eu leio mais aumenta minha fé”. Quando
comecei a falar a respeito da desonestidade que se aplica em relação à Igreja
fui logo cortado: “Não vou entrar no assunto com você porque religião não se
discute. Meu pensamento é divergente do seu”. E sucedeu a “ditadura do
silêncio” denunciada por G. K. Chesterton: “A tolerância moderna é, na verdade,
uma tirania. É uma tirania porque é um silêncio”.
Os motivos em geral são: “A inquisição
matou muita gente” - não deixa de ser verdade - mas é superestimada com o
intuito de construir àquela caricatura. Aconselho a leitura de: "The Spanish Inquisition: A Historical Revision -
Henry Karmen" Ou o livro do
mesmo autor publicado pela Yale University Press. “A Igreja é
contra a ciência e a razão”, mas não tem a menor idéia do que a Igreja fez em
relação à busca pelo conhecimento e ciência (como o artigo acima, sobre
economia, demonstra não ser verdade) ou como no livro: "The Sun in the Church: Cathedrals as Solar
Observatories",
de John L. Heilbron, publicado por Harvard University Press, ou
ainda homens como: Nicolau Steno, considerado o “pai da geologia”; ou
Athanasius Kircher, “pai da egiptologia”; ou Mendel (genética); ou Nicolau
Copérnico; ou Tomás de Aquino; Agostinho; a influência dos Monges Beneditinos
na reconstrução da Europa; como por exemplo: Giuseppe Moscati que era leigo,
médico, cientista, professor universitário e pioneiro em bioquímica; e tantos
outros.
Portanto, são completamente desonestas
as afirmações negativas contra a Igreja Católica. Os erros em sua história são
reflexos de julgamentos de homens e não do conhecimento produzido ao longo de
muitos séculos com base na moral judaico-cristã, nos clássicos da filosofia
grega, nos preceitos do direito romano, de cientistas dedicados em busca da
verdade e comprometidos com um modelo metodológico honesto, aliás, o método
científico foi elaborado também pelos escolásticos. Esse conhecimento produzido
ao longo de muitos séculos é o foco que se pretende derrubar.
R. B. Figueiredo