Família - o que é?
A sociedade contemporânea imersa no
relativismo quase total empobreceu a tudo e a todos. A riqueza se faz grande na
diversidade fundamentada e não no paradoxo "diversidade igualizada".
Quando algo pode ser tudo ele não é nada.
O conceito de família nos dias de
hoje é algo tão abrangente que não quer dizer absolutamente nada. Assim deixa
de ser conceito e passa a ser somente palavra. Hoje tudo e qualquer coisa pode
ser considerado família: eu e meu cachorro, meu grupo de amigos, meu time de
futebol amador, minhas plantas, minha coleção de playmobil, eu e as pessoas que
moram comigo, as pessoas que mantenho relação afetiva, etc. E se alguém
discordar é puro preconceito e ponto final.
O conceito de família desde tempos
imemoriais é relacionado a progenitores e prole. Ou seja, homem, mulher e seus
filhos e pode ser estendido por toda árvore genealógica. Por isso pode existir
família: mãe, pai e filho; mãe e filho; pai e filho; avô (ós) e neto. Todo os
outros "modelos de família" não podem ser conceitualmente família,
mas podem ser arranjos afetivos com outra denominação. Compreendido isso fica
óbvio que núcleo familiar só pode existir entre "pai, mãe e
filho(s)", portanto qualquer outro arranjo é extrapolação do conceito de
família. É aceitável, como exceção, que arranjos que busquem reproduzir o
conceito, mas que por algum impedimento natural acidental não intencional,
sejam reconhecidas como família.
Não é um "fundamentalismo
cristão", mas o respeito a lógica. Vide sociedades pagãs como a Roma
antiga em que relações afetivas entre homens era comum, mas família era o homem
sua mulher e seus herdeiros reconhecidos. O abandono do núcleo familiar por parte
de um dos progenitores não é prova da falência da "família
tradicional" (outro conceito vazio), mas prova da má formação moral do
desertor que não soube ser responsável por seus atos.
O relativismo além de destruir
riqueza e conceitos, criou monstros inimigos e imaginários como
"fundamentalista", "moralista", "legalista", tais
palavras hoje são sinônimo de alguém reacionário, tacanho, careta -
respectivamente - e não o que realmente são: alguém que argumenta com fundamento
sólido, alguém que age com respeito à moral estabelecida, alguém que sempre
cumpre a legalidade das coisas.
Uma sociedade pra ser rica e plural
precisa de seus conceitos e de sua moral bem fundamentados e a legalidade
precisa espelhar tais fundamentos. Tal necessidade prescinde do Estado, mas é
imprescindível das famílias.
R. B. Figueiredo