Escravo Esperança
Escravo da esperança,
Tripulante de sonhos lindos,
Sempre com a passagem nas mãos,
Mas, um vassalo não tem escolha.
Apenas acredita, sempre...
Crê na liberdade, na verdade,
Entretanto a esperança é um teatro convincente,
E quando o sonho lhe da asas,
É no tronco da tortura que acorda.
Maltrapilho, açoitado, molestado,
Em muitas ações e estados se encontra.
A dura realidade, fria, nua e crua, sempre se maquia,
E nesta arte ele é enrolado todas às vezes,
Para a tristeza e suas chagas abrir.
Mas, de todas as chicotadas, agulhadas,
Torna-se menos doce, mais desconfiado.
Apesar de ser tão dócil o seu coração,
Caminha para a dureza que nunca quis.
Apesar de todo castigo, ele se põe de pé,
E mais uma vez caminha em frente,
Mesmo sem saber o motivo dos tormentos,
Continua sempre acreditando...
Um dia sim, não será só esperança,
E serei livre, destas correntes, destes espinhos,
Vou poder voar sem medo de cair.
E sim, serei livre e feliz!
Afinal, codinome Esperança.
R. B. Figueiredo