quinta-feira, 12 de maio de 2011

A borboleta e o lenhador


Eu vi uma borboleta linda
Ela voou e pousou em meu peito
Suas asas e sua dança encantaram-me
Como uma bela sereia e seu canto
Sedutora doçura que irradia calor
Dentro de uma estufa, uma rosa a desabrochar
Tal feitiço sem modo de escapar.

Mas aquela borboleta tornou a voar
Estonteado não soube também voar
E parado, totalmente imobilizado,
Ali estava assistindo-a escapar
Todo seu brilho me deixar
Apenas o feitiço ficou a me torturar.

E agora eu volto para lá
Naquele bosque, sem ela, tão escuro
A procura de lenha e mais lenha
Para aquecer as noites solitárias
De uma cabana vazia...

Esse pobre lenhador
Ainda sonha com a esperança louca
De a borboleta bater asas e voltar
Para colorir e aquecer o bosque, a cabana.
E nunca mais precisar
De ter que buscar àquele fogo frio
E cumprir a promessa
De noites eternas para saborear
Esperança de vê-la trazer a primavera
E tantas flores para transformar esse bosque
Em um lindo jardim com brilhantes a enfeitar!


R. B. Figueiredo