quarta-feira, 2 de outubro de 2013

E você acha que vive em um país livre e justo, abençoado por Deus e bonito por natureza

E você acha que vive em um país livre e justo, abençoado por Deus e bonito por natureza


Ontem fui surpreendido por essa notícia: Governo cria sistema de COTAS para MINIMIZAR eficiência das ESCOLAS MILITARES na olimpíada de matemática, a qual compartilhei no Facebook e fiz o seguinte comentário: “Essa é a metodologia absurda que se aplica em nosso país. Impedir o mérito, penalizando os que buscam o melhor, para dar alegria a alguns incompetentes é mascarar a realidade para demonstrar resultados falsos. Mais uma vez é ‘a afirmação de um Estado totalitário intervencionista em contraposição a uma sociedade livre e justa’ que escrevi neste texto: Por que dizer não à Liberdade na Educação? Ou: Liberdade, Subsidiariedade e a Questão da Educação, com mais o respaldo desta tese de doutorado: Ensino em casa no Brasil: um desafio à escola?”, defendida na USP pela então Doutora em Educação: Luciane Muniz Ribeiro Barbosa.

No texto que escrevi defendi a liberdade das famílias poderem optar pela Educação Domiciliar (homeschooling), mas considerando que “grande parte das famílias brasileiras não têm a menor familiaridade com a cultura letrada para poder encarregar-se da educação dos próprios filhos” (comentário feito ao texto por um professor da UnB o qual não citarei o nome por não saber se tenho a devida permissão), vou argumentar o porquê acho o modelo dos vouchers o mais adequado para o atual cenário brasileiro, sem, contudo, negar a liberdade das famílias que estão aptas a exercerem o homeschooling.

Primeiramente, acho desonesto classificar as escolas como públicas simplesmente por pertencer ao Estado e particulares por pertencer à iniciativa privada, pois quando se pesquisa o significado de público encontra-se vários adjetivos como: “aberto ou acessível a todos”; “comum”; “que é de todos” dentre outros; e por último: “relativo ou pertencente ao governo de um país”. Portanto, não é errada a classificação, mas cria-se – principalmente em uma sociedade marcada pela doutrinação socialista – uma falsa sensação de que para existir uma Educação Pública, de igual acesso para todos, somente através do Estado. O que é absolutamente falso!

Qual a diferença entre uma escola particular e uma escola do Estado (Municipal, Estadual, Federal ou Distrital), e, por que não se atinge uma boa qualidade do ensino ofertado pelo Estado? Além dos motivos históricos e ideológicos que abordo no outro texto as duas perguntas são respondidas em uma só resposta: o gestor dos recursos.

Uma empresa com um gestor incompetente e que não recebe incentivos para continuar um péssimo investimento está fadada ao fracasso e à falência. Essa realidade se aplica a praticamente todo empreendimento. E uma escola também é um empreendimento, pois demanda recursos, visão, dedicação, comprometimento, escolhas e sacrifícios. A história mostra que o Estado, em geral, é um gestor incompetente, principalmente em países com dimensões continentais, com governos centralizadores e totalitários em que não se respeita o princípio da subsidiariedade. No Brasil essa é uma realidade latente.

Resumidamente – no sistema de vouchers o Governo deixa de ser o gestor da Educação Pública e passa a ser o seu financiador a fim de garantir o livre acesso de todos a uma educação de qualidade. Os país ou responsáveis de alunos em idade escolar receberiam um “cheque” para entregar a escola mais capacitada a preparar suas crianças e jovens, dentre um amplo mercado, para o mundo do trabalho e a vida adulta. As escolas competiriam para receber os recursos do Estado de acordo com a quantidade de vouchers adquiridos. A escola que fosse mal gerida e oferecesse uma Educação de qualidade ruim receberia poucos vouchers e não se sustentaria.

As escolas geridas pelo Estado enfrentam problemas crônicos como, por exemplo, funcionários e professores que se sentem à vontade de não se dedicar com a convicção da impunidade; a dificuldade em se dispensar maus funcionários/servidores (incentivo negativo à produtividade); diretores sem conhecimento financeiro necessário para gestão; dentre tantos outros problemas particulares de cada unidade escolar. Os maiores obstáculos a este tipo de política pública encontram-se nos sindicatos e professores com forte posição ideológica socialista.

Portanto, o sistema de vouchers é o caminho mais viável, no Brasil, para se oferecer a toda população uma Educação Pública de qualidade, ofertada pela iniciativa privada que é mais eficiente e competente do que o Estado.



R. B. Figueiredo