sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Passos aprumados


Foi preciso determinação, tentativas em vão, e até sujar as mãos
Para despedaçar o último frasco que restou de ti.
Mas, foi prazeroso!

Existem coisas que se exaurem com o passar do tempo
Tudo começa e termina de alguma forma
Pode ser bem, mal, normal...
O certo é que tudo passa.

Às vezes fica difícil compreender o fato
Insistimos em não acreditar que haverá um fim
Mas tudo é cíclico no universo
E a energia se renova de formas novas.

Existe a infantilidade de achar que algo não terá um fim
Entretanto um fim não significa a inexistência
E sim um caminho tomado, passos aprumados
E toda decisão trará consigo alegrias e tristezas.

Assim como os anos se tornam velhos e novos
Com os velhos vão às lembranças, boas ou não
Com os novos renovam-se a esperança, alegria, energia...

Tudo haverá de ser renovado
Muitas vezes é difícil fazer que aconteça
Conquanto, necessário é deixar o passado passar
É impossível torná-lo em presente
A história ficará, mas será apenas uma história.

Amanhã virá um novo tempo
E que não seja preciso nada mais despedaçar
Que não tenhamos mais as mãos sujas
E o prazer surja da novidade.

Não quero ter mais correntes a quebrar
A felicidade não pode ser contida em um frasco
A liberdade não cabe em um relicário
A mente pode tentar nos enganar
Chega de ilusão!

Amanhã será um novo tempo
É hora de comemorar os olhos abertos.
Na dança da vida a melodia determinará a fluidez dos sorrisos
E os sonhos se tornarão realidade, vamos sorrir...
Isso basta!


R. B. Figueiredo

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Meu Céu


Quando noite, lanternas estreladas.
Cidade pacata, silenciosa.
Inspiração de muitos...
Do compositor inusitado
Deus o arquiteto
Saudoso engenheiro

Ao entardecer
Lindo show de cores
Arco íris?
Pra quê?

A terra do sol
Já não é mais o Japão.
Aliás nunca foi
Daqui do planalto, se vê Tupã brilhar melhor.

Os alpendres que aqui não existem
Foram comparados
Com excelentíssimos horizontes
Palco onde a lua faz apresentação a parte

Céu majestoso sedutor de muitos corações
Cúpido de muitos turbilhões

Rosa, laranja, azul, negro, amarelo, lilás...
Cidade mistura da mistura do mundo
Céu majestoso
Não há o que falar
Só se deve apreciar.

Meu céu,
Brasília estrelada.

R. B. Figueiredo

sábado, 25 de dezembro de 2010

Donzela noite


Noite, cobiçada menina dos lindos fios,
Quem te adora esquece o sono e a aurora.
Toda noite sonora resseca a memória
Bela noite esconde a verdade roxa do dia de outrora.

Oh, encantos que me joga nos cantos,
Não sei se canto ou me encanto.
Teu doce copo de mel é fonte de desejo.
Deleito no teu leito o sonho do teu beijo
Ponche libertino que me deixa alto sem álcool.

Noite, agitada noite...
Consome minh’alma sem dor,
Eleva ao limite os sentidos, meus juízes,
Rasga meu corpo, me arrasta até o topo,
Quando então tudo se acalma...
Feche os olhos e diz que me adora.

Para finalizar essa curta história
Clamo a ela, bela noite...
Leve-me embora para longe
Onde só tu conheces o fim da resposta...

Quem és tu?
Pois sou eu quem te adora!

R. B. Figueiredo

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Conselheiro


É difícil entender teus motivos
Conquanto sempre assertivo em tuas previsões
Por mais irracional aos meus olhos, ou a outros
Teimosamente insisto em seguir teus dizeres.

Ato reflexo instintivo
Rota traçada por tuas vias cavas
Tais caminhos a beira de profundos precipícios
Ornamentados com paisagens diversas.

Vistas de diferentes pontos
Traduzem belas ou trágicas histórias
 Condicionadas à luz da interpretação
Essa feita pelo outro, o qual freqüentemente se engana.

Quantas vezes prossegues por vielas espinhosas
A fim de rasgar a pele e expulsar o veneno
Toxina provocada pelo outro
O qual acredita ser o diretor.

Incansável em perdoar as escolhas mal feitas
Continua a proporcionar os conselhos certos
Infundados em lógica matemática
Entretanto oriundos de equações incalculáveis.

No instante, traz consigo o sentimento de “trouxa”
E com ele a angustia devoradora
Momento tal que o outro se diz correto
Mal sabe que imediatismo gera falhas incorrigíveis.

Nosso herói sabe que tudo irá se acertar
Ainda que o resultado seja inimaginável
A conclusão da história será a melhor
Basta escutar sua voz que retumba dentro do peito.

R.B. Figueiredo