SOBRE
AS MANIFESTAÇÕES POPULARES II
O que o povo está pedindo? Essa era a
pergunta que intitulava o texto em que eu me posicionava contrário às
manifestações de Junho de 2013. Naquele texto critiquei as manifestações pelo
que estava em pauta – até hoje é difícil definir com precisão (o aumento da
tarifa de ônibus em São Paulo foi o estopim) –, o resultado era um aumento
demasiado do Estado. Ora, se uma das pautas era “contra a corrupção”, por que
aumentar o volume financeiro que circula pela mão dos políticos? Critiquei pelo
modus operandi das manifestações que
contavam com os autointitulados “Black Blocks” (pessoas encapuzadas que destruíam
patrimônio público e privado) e por marcar as manifestações para dias úteis
atrapalhando a vida de milhões de pessoas. Apontei como uma possível causa a
degradação dos princípios morais que deságua em um relativismo moral e alertei
que o futuro econômico era tenebroso. Qual não foi a surpresa? Fui chamado de
reacionário, antidemocrático, etc.
Volto agora a me posicionar a respeito
das manifestações de 15/03/2015. Posiciono-me a favor. E pelo meu posicionamento
– segundo a time line do Facebook –
eu sou novamente antidemocrático, fascista, golpista, tudo dito por quase todas
as mesmas pessoas daquela época – não por todos, alguns estão em silêncio.
Alguém se espanta com o duplo padrão desse pessoal?
Posiciono-me a favor porque a pauta é
por um basta através do pedido de impeachment da presidente, uma mensagem clara
de insatisfação com a atual política nacional, com o projeto de poder bolivariano
que está em curso; por um basta – agora mais maduro – à corrupção que abre o
diálogo para políticas econômicas mais liberais, as quais conduziriam a uma
redução do Estado, e, consequentemente a redução do volume financeiro que
circula pela mão dos políticos. Apoio pelo modus
operandi que marca a manifestação no domingo e não atrapalha a vida de
trabalhadores e estudantes, pela organização pacifica que não busca entrar em
choque com a polícia nem destruir o patrimônio alheio. Não é “revolução”, é
expressão, liberdade de expressão. São estes, então, xingados de fascistas,
golpistas e tudo mais. Vejam o que era um dos movimentos fascistas e concluam
qual das manifestações mais se parecem com o fascismo por conta própria: http://pt.wikipedia.org/wiki/Camisas_negras
Não, senhores, não faz sentido!
É claro que tenho críticas a alguns que
pediram intervenção militar, outros que foram pelo oba-oba, para tirar uma selfie, etc. Também crítico aqueles que
foram se manifestar somente porque sentiram no bolso o aumento da gasolina,
apesar de não invalidar a participação deles, mas não têm nenhuma consciência política
e econômica.
Sou a favor da liberdade de expressão,
do debate, da democracia, de não atrapalhar a vida do próximo. Jamais serei a
favor de revolução por massas amorfas, de pensamento único, de baderna, de atrapalhar
o ir e vir das pessoas.
Dia 12/04/2015 estarei na próxima manifestação!
R. B. Figueiredo
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