Neoliberal?
O termo é desprezado tanto por
liberais como por socialistas. Na prática é pior para os liberais, exatamente
pelo sufixo ser a palavra “liberal”, pois os leigos associam uma coisa com
outra e são induzidos pelo tom pejorativo em que é utilizado. Entretanto, se
fosse possível encaixá-lo em alguma situação prática poderíamos relacionar aos
últimos governos brasileiros de matriz socialista ou social democrata.
Neoliberalismo, na verdade, é
uma confusão de conceitos ou a tentativa estranha de se formar uma nova
“economia mista” – nada tem a ver com Liberalismo Econômico. Ganha força o tom
pejorativo quando se leva o discurso para o campo ideológico, o que, de fato,
em nada contribui para a vida real. Por mais bem intencionada que seja a pessoa
que quer viver um “sonho” (não confundir com objetivo ou planejamento de vida)
ou no “país das maravilhas”, acaba por não contribuir nem para si e muito menos
para o próximo.
É importante entender que não
existem países/cidades liberais “puro-sangue”, nem EUA, Singapura ou Hong Kong. Outro ponto
importante é que não existe no Brasil um partido Liberal ou Conservador (outro
termo muito mal compreendido por aqui), o que existe são políticos solitários
que fazem uma caricatura muito ruim desses posicionamentos políticos e econômicos.
O termo “neoliberal” é
associado a políticas parecidas com as propostas do Consenso de Washington[i],
políticas até certo ponto adotadas no Brasil por FHC, Lula e até Dilma de forma
mais torta que os outros dois. O que mais é associado ao termo são as
privatizações (no governo do PT tem sido denominada de “concessão”), essas
ações são a vida real exigindo que se faça o que é preciso. Em qualquer lugar
do mundo e da história recente é perceptível tal conduta – vide a China
comunista. Entretanto, pessoas apegadas em excesso a ideologias não conseguem
dar o braço a torcer por completo e utilizam subterfúgios que, na prática,
fazem tanto ou mais mal à população do que a situação anterior.
Portanto, se você utiliza o
termo ou é por ignorância ou por ser um idiota fazendo papel de papagaio bobo.
Não foi objetivo desse texto esmiuçar o conceito e suas implicações – o que não
impede que você o faça – mas a tentativa de fazer com que você não seja um “rec-repete”
replicando o que escuta por aí como se usar o termo refutasse tudo.
R. B. Figueiredo
Nenhum comentário:
Postar um comentário