terça-feira, 15 de abril de 2014

Neoliberal?

Neoliberal?

O termo é desprezado tanto por liberais como por socialistas. Na prática é pior para os liberais, exatamente pelo sufixo ser a palavra “liberal”, pois os leigos associam uma coisa com outra e são induzidos pelo tom pejorativo em que é utilizado. Entretanto, se fosse possível encaixá-lo em alguma situação prática poderíamos relacionar aos últimos governos brasileiros de matriz socialista ou social democrata.

Neoliberalismo, na verdade, é uma confusão de conceitos ou a tentativa estranha de se formar uma nova “economia mista” – nada tem a ver com Liberalismo Econômico. Ganha força o tom pejorativo quando se leva o discurso para o campo ideológico, o que, de fato, em nada contribui para a vida real. Por mais bem intencionada que seja a pessoa que quer viver um “sonho” (não confundir com objetivo ou planejamento de vida) ou no “país das maravilhas”, acaba por não contribuir nem para si e muito menos para o próximo.

É importante entender que não existem países/cidades liberais “puro-sangue”, nem  EUA, Singapura ou Hong Kong. Outro ponto importante é que não existe no Brasil um partido Liberal ou Conservador (outro termo muito mal compreendido por aqui), o que existe são políticos solitários que fazem uma caricatura muito ruim desses posicionamentos políticos e econômicos.

O termo “neoliberal” é associado a políticas parecidas com as propostas do Consenso de Washington[i], políticas até certo ponto adotadas no Brasil por FHC, Lula e até Dilma de forma mais torta que os outros dois. O que mais é associado ao termo são as privatizações (no governo do PT tem sido denominada de “concessão”), essas ações são a vida real exigindo que se faça o que é preciso. Em qualquer lugar do mundo e da história recente é perceptível tal conduta – vide a China comunista. Entretanto, pessoas apegadas em excesso a ideologias não conseguem dar o braço a torcer por completo e utilizam subterfúgios que, na prática, fazem tanto ou mais mal à população do que a situação anterior.

Portanto, se você utiliza o termo ou é por ignorância ou por ser um idiota fazendo papel de papagaio bobo. Não foi objetivo desse texto esmiuçar o conceito e suas implicações – o que não impede que você o faça – mas a tentativa de fazer com que você não seja um “rec-repete” replicando o que escuta por aí como se usar o termo refutasse tudo.

R. B. Figueiredo



[i] http://www.iie.com/publications/papers/paper.cfm?ResearchID=486

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